Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Ventor em África

Foi assim, em 1968, em Marrupa, no Niassa. Ficamos os dois frente a frente, envolvidos por um mundo dourado

O Ventor em África

Foi assim, em 1968, em Marrupa, no Niassa. Ficamos os dois frente a frente, envolvidos por um mundo dourado

width=

O Vexilóide de Alexandre Magno

wildlife-3232671_960_720.jpg


Marrupa 68: foi assim que ele me olhou


Na rota do meu amigo Apolo com o vexilóide de Alexandre Magno e o mreu Leopardo


Em áfrica, tudo é grande e belo. Podem ver aqui o meu menu africano



Um PV2. Havia destes no Niassa, em operação. Bom dia Tigres onde quer que estejam


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

Adrão e o Ventor
Caminhando por aí
Ventor e a África
Observar o Passado
Planeta Azul
A Grande Caminhada
A Arrelia do Quico
Os Amigos do Quico
Fotoblog do Quico
Fotoblog do Ventor
Fotoblog de Flores
Rádio Ventor
Pilantras com o Ventor
Fotoblog do Pilantras
Montanhas Lindas
Os Filhos do Sol
As Belezas do Ventor
Ventor entre as Flores

18.07.18

O Escorpião


Quico e Ventor

Fez anos uns dias atrás, no mês de Julho de 1968, exactamente há 50 anos - meio século!

Eu tinha chegado a Marrupa três meses atrás e planeavam-se umas boas operações sobre o rio Lugenda e seus arredores. O então capitão piloto aviador, Mantovani, deslocou-se a Marrupa para serem planeadas as ditas cujas e acabou por dormir lá, não regressando no mesmo dia a Nova Freixo. Senta-mo-nos em frente à janela do posto de rádio, numas cadeiras e tínhamos as pernas por cima da regueira que apanhava as águas residuais das chuvas e as pingueiras que viriam do telhado do edifício. Porém, o dia estava lindo e nós falávamos sobre assuntos diversos e, na ordem do dia estava a hipótese de sofrermos um eventual ataque à morteirada.

Enfim, conversas diversas sobre a guerra, os «turras», a eventualidade de mais um operador de comunicações para nos ajudar durante esses 15 dias de operações e outras banalidades.

De repente passa por baixo das nossas pernas, vindo da minha esquerda, na tal "vala" das águas, um escorpião negro como esse em baixo.

escorpiao.jpg

Um escorpião negro

Quando olho o escorpião todo despachadinho, disse: o meu inimigo anda por aqui e bem dentro do arame farpado, assim como este, as mambas, as melgas, etç. Mas esses não usam morteiros! O capitão Mantovani, levantou a perna, já o escorpião tinha passado por mim e ia-lhe espetar com o tacão em cima. «Não o mate, deixe-o ir à vida dele»!

Ele ficou com a perna no ar a olhar o escorpião e disse: "metem respeito estes gajos"! Não é que não o matou! Levantei-me, peguei no escorpião com um ramo seco, fui em direcção do nosso bar, o Calhambeque, cheguei ao arame farpado e mandei o escorpião lá para fora.

escorpiao.jpg

Escorpião predominante em Marrupa

Quando voltei para junto dele, disse-me: "gabo-lhe a paciência, salvar o escorpião". Salvamos - disse eu! Era extraordinário aquele homem. Se fosse outro, nem que fosse só para me chatear, teria, só com um golpe, esmagado o escorpião mas não o fez. Por isso, e muito mais, ele continua vivo no meu coração.




O Ventor e a sua amiga cegonha, 1969, em Vila Cabral