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O Ventor em África

Foi assim, em 1968, em Marrupa, no Niassa. Ficamos os dois frente a frente, envolvidos por um mundo dourado

O Ventor em África

Foi assim, em 1968, em Marrupa, no Niassa. Ficamos os dois frente a frente, envolvidos por um mundo dourado

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O Vexilóide de Alexandre Magno

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Marrupa 68: foi assim que ele me olhou


Na rota do meu amigo Apolo com o vexilóide de Alexandre Magno e o mreu Leopardo


Em áfrica, tudo é grande e belo. Podem ver aqui o meu menu africano



Um PV2. Havia destes no Niassa, em operação. Bom dia Tigres onde quer que estejam


Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!

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22.02.14

Era uma vez, no Niassa


Quico e Ventor

Um dia em Marrupa, no Norte de Moçambique, Distrito do Niassa.

Um dia, saído do AB6, em Nova Freixo, cheguei a Marrupa, num T6. Era 6 de Abril de 1968. Já não tenho a certeza quem foi o Piloto. Mas, tenho a certeza que, durante algum tempo, me ia adaptando a Marrupa, especialmente à selva "savánica" em volta e as suas lânguas. Primeiro acompanhado e, como as companhias começaram a falhar (andar não era bom para todos), ia caminhando apenas só, com os nossos rafeiros. Os meus amigos Zorba, Diana e Bolinhas.

Preparado para tudo que eventualmente desse e viesse de fora da cerca do arame farpado, resolvi fazer uma limpeza da secretária do Posto de Rádio onde trabalhávamos. Comecei por retirar todos os papéis ali deixados pelos meus antecessores, colocando no cesto dos papéis os que não tinham interesse e arrumando todos aqueles que teriam justificação. Entre eles estavam alguns que nos ensinavam muito sobre as populações de Moçambique, especialmente as do Norte: Macuas-Lomués, Makondes e os Ajaúas do Niassa, outros que nos proibiam de cantar certas canções como, por exemplo, o Hino do Lunho.

Contava-se ali, também, a história da morte do Tenente Malaquias, cujo indicativo de guerra seria Ana, o nome, se a memória não me falha da sua filhota. Não me recordo bem disso, pois ele teria sido abatido no ano anterior (Outono?) de 1967. Portanto, muito tempo antes de eu chegar a Marrupa.

 

Da esquerda para a direita, Capitão Filipe Rolando Borges Mantovani, General Ramalho Eanes, então a cumprir comissão em Tenente Valadim, Tenente Malaquias, não recordo o nome da quarta personagem. Pelo perfil, faz-me lembrar o Ícaro, mais tarde, Comadante do 747 da TAP que levou a minha mãe na sua primeira viagem para os Estados Unidos
 
Hoje lembrei-me de recordar e homenagear estes homens.
Para todos que permanecem entre nós e para todos aqueles que nos deixaram mais cedo, lá ou cá, presto aqui a minha homenagem e, especialmente, ao Capitão Mantovani a quem sempre considerei um amigo. Ele foi morto na Guiné, em 1973, cerca de três anos depois de nos despedirmos, em Nova Freixo. Recebi, então, a notícia da sua morte, na primeira página do Diário de Notícias, numa manhã de 1973. Sentei-me numa mesa do velho café Monumental, coloquei o jornal sobre a mesa e deparei-me com a sua primeira página onde aparecia a fotografia do então Major Mantovani.
 
Major da FAP, Filipe Rolando Borges Mantovani, morto em combate na Guiné. A guerra continua a faze-nos chorar.



O Ventor e a sua amiga cegonha, 1969, em Vila Cabral