Os Melros do Checa
Os Melros do Checa
Pelas vinhas do Checa, os melros vão ajudando como podem!
Constroem casas, criam família, limpam os bichos que estragam as videiras e as uvas e, como é evidente, precisam de uma paga. Ninguém, mesmo um melro, trabalha para aquecer.
Mas eu tenho a certeza (tenho, não tenho?) que o Checa, logo que de manhãzinha entra a observar as suas videiras, os cachinhos a crescer, a sulfatar, a tratar da vinha, tal como o meu amigo Baco fazia, faz ainda, quando um melro esvoaça à frente, ao lado, atrás, está a receber a prova que as belezas do mundo continuam por aqui e aposto que lhe saberá bem, ouvir logo de manhã, os bons dias de um melro.
Por isso, ele vai observando as videiras, as uvas e os melros, bem como os pintassilgos e tantos outros animais que, só para olhá-los, dá-nos mais vontade de continuar.
Eu sinto que o mundo fica em desiquilíbrio sempre que os animais vão morrendo e, mal deixo de ver o Tobias, fico logo com vontade de ir procurá-lo, não lhe aconteça como este.
Este morreu poucos meses depois de criar os filhotes que estão no rosto da Grande Caminhada. Ele aparecia-me sempre e metia-se comigo. Senti-me triste quando ele deixou de fazer parte das minhas caminhadas.